segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Delegados do caso Eloá se contradizem

Delegados do caso Eloá se contradizem
Folha online/VM

A Polícia Civil de Santo André (Grande São Paulo) negou no sábado (25) a existência de relação criminosa entre o pai de Eloá Pimentel, Everaldo Pereira dos Santos, e o ex-namorado da garota, Lindemberg Fernandes Alves, 22 anos, preso há nove dias acusado de matar a jovem após mantê-la por mais de cem horas como refém.
A versão contraria a opinião do diretor-geral da Polícia Civil de Alagoas, Marcilio Barrenco, que afirmou ter "suspeitas concretas de que Lindemberg e Santos faziam parte de um grupo criminoso em Santo André". Ex-cabo da Polícia Militar, Santos é acusado de ter integrado um grupo de extermínio em Alagoas nos anos 90, e, segundo a polícia, foi condenado a pelo menos quatro assassinatos. Em São Paulo, ele usava documentos falsos. A defesa do pai de Eloá nega as acusações.


"Essa conclusão ele [o delegado Barrenco] está tirando do conhecimento dele. Não temos nenhuma investigação sobre o assunto aqui em Santo André e não temos nenhum indício dessa relação. Ele [Barrenco] fez uma associação de pensamento sem nenhum dado concreto", afirmou o delegado seccional de Santo André, Luiz Carlos dos Santos, negando que a polícia paulista corrobore nas suspeitas.
Conforme o delegado Santos, seu colega "fez uma suposição". "Ele ficou sabendo que Lindemberg agrediu Eloá uma vez e, conhecendo a índole violenta do pai, acredita que os dois deveriam ser aliados, ou Santos não teria aceitado e o teria matado", diz.
A polícia de Alagoas afirma que o pai de Eloá integrou a "gangue fardada" e participou do homicídio do delegado Ricardo Lessa, irmão do ex-governador alagoano Ronaldo Lessa. O crime ocorreu em outubro de 1991 e, desde então, Santos é considerado foragido pela polícia.
Procurado, o advogado do pai de Eloá, Ademar Gomes, não respondeu aos telefonemas. Em contato anterior, ele negou atividades ilícitas de seu cliente.
A advogada de Lindemberg, Ana Lucia Assad, informou que irá divulgar neste domingo uma nota no site "Consultor Jurídico" em que dará sua posição sobre a "associação infeliz" do delegado. A direção-geral da polícia de Alagoas não foi encontrada.

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